Eles se chamam de nós. E chegam com aquela confiança feérica no coletivo que marca os anos da mocidade. É o momento da vida em que ser um só parece pouco, em que o bando é mais importante do que o indivíduo para enfrentar e resistir. Então chegam já prontos para suavizar os egos e virar célula de algo maior. Ou grão de um punhado. A diferença de sabor quem faz não é o grão isolado, mas a pitada, a dose incontável, aquela que em inglês exige o some. Em português, a individualidade some mesmo, e o que se vê é um todo, no qual as singularidades existem, e integram-se perfeitamente ao sabor geral. Um curry, feito de videos, performances, desenhos, fotografias e objetos. A primeira exposição do nós-moçada, grupo que tenho o prazer de acompanhar desde que nasceu, abre dia 13 de janeiro na Casa Contemporânea. Os 14 artistas estavam ainda na faculdade (Belas Artes, PUC-SP, FAAP, UNESP) quando se conheceram em agosto de 2011. Lemos juntos, discutimos trabalhos, falamos incessantemente sobre o sistema das artes, e sobre brechas e alternativas para essa época que instrumentaliza o novo não pelo valor de ruptura e tremor que possa ter, mas para corroborar o hábito de consumir a novidade. O nós-moçada apresenta-se então muito mais pelo valor do coletivo do que pelo já gasto enaltecimento da arte jovem. Frescor é como vento, não se pode aprisionar.
Texto e curadoria: Paula Braga
Participam: Artistas: Alessandra Falbo, Bárbara Hoffman, Daniel Lie, Denise Alves Rodrigues, Felipe Meres, Gabi Vanzetta, Janaina Wagner, Joanna Barros, Julia Cury, Leonardo Akio, Márcia Beatriz, Nei Franclin, Paula Zacaro, Viviane Tabach
Abertura: 13 de janeiro de 2012, às 19h
Visitação: de 14 de janeiro de 2012 a 18 de fevereiro de 2012
Horário: Segunda a sexta, das 14h às 19h; Sábado das 11 às 17h
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