Esta exposição com participação dos artistas, Adriana Affortunati, Claudio Matsuno, Georgia Kyriakakis, Carmela Gross, Artur Lescher, José Spaniol, Sofia Borges, Silvia Mecozzi e Flavia Junqueira tem curadoria da psicanalista Alessandra Parente que propõe diálogo entre arte e psicanálise.
aberta em 24/08, encerra sábado, 29/09.
Venha ver!
Entre a arte e a psicanálise:
“Fronteiras: lugar do estrangeiro”
Não é sem razão que a psicanálise ganhou inimigos no campo das artes visuais. Durante muito tempo – e, talvez, ainda hoje – muitos psicanalistas usaram a arte como um objeto no qual podiam simplesmente aplicar suas teorias para comprová-las, quando não se voltavam para os artistas, interpretando seus conflitos e revelando suas fantasias e defesas psíquicas mais secretas. Expunham fragilidades ou intimidades do autor da obra, sem ajudar em nada a compreensão de sua arte e nem favorecer o pensamento que se debruça sobre ela.
Por outro lado, é inegável que a Psicanálise cravou marcas indeléveis na cultura e é reconhecido o papel que ela ocupa em diversos segmentos do pensamento, como filosofia, antropologia, crítica de arte, literatura. Nas artes visuais, Dadaístas e Surrealistas foram desbravadores na inclusão do campo psicanalítico nas artes, mas o interesse pela psicanálise se difundiu em outras formas de expressões plásticas, de modo deliberado ou não. Existem trabalhos de
artistas contemporâneos nos quais a psicanálise é um elemento declarado para a composição das obras, como em Bourgeois – só para tornar o exemplo bastante evidente – enquanto outros não tomam muito conhecimento do que ela seja e seguem suas produções ao largo do que pode ser considerado propriamente psicanalítico. Entretanto, assim como Duchamp está em todos nós – saibamos disso ou não, Freud também penetrou os nossos poros.
É com o intuito de estreitar os laços entre as artes visuais e a psicanálise que a exposição “Fronteiras: lugar do estrangeiro” foi pensada. Criar uma intimidade não implica apenas harmonia, coincidências, convergências. Para que um diálogo seja criado é necessário que as duas esferas estejam abertas e dispostas a se conhecer. Assim, é preciso um espaço que abarque também dissonâncias e conflitos. Zona de trocas, que pode ser agregadora ou tensa, harmoniosa ou conflituosa. De qualquer modo, apostamos que tanto as diferenças, como as coincidências fazem marcas que enriquecem e suspendem nossa percepção habitual.
Alessandra Affortunati Martins Parente
Casa Contemporânea
Rua Capitão Macedo, 370 - Vila Mariana
tel: (11) 2337-3015
www.casacontemporanea370@gmail.com
vistação: terça a sexta das 14 às 19h.
sábado das 11 às 17h.
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