Pensando em um espaço que deve se manter ativado,
em um lugar de passagem, geralmente rotineira, de muitas pessoas com pouco
tempo para a contemplação. Sendo a memória assunto importante de minha poética,
fui buscar os objetos do setor achados e perdidos do metrô e coloco-os à mostra de todos. No processo de intervenções periódicas no espaço
da vitrine, durante o período da exposição, simulo a movimentação do setor que
recebe frequentemente objetos deixados no metrô, reúno e sobreponho elementos com a intenção de ativar a
memória pessoal, e também a coletiva, de cada um que se aproximar do trabalho.
Ao mesmo tempo, diretamente relacionado com cacos de memória, esses
objetos que estão fora de seus contextos originais, desencadeiam novas narrativas,
histórias imaginárias.
Pensar e desenvolver este trabalho foi
muito estimulante, também, porque pude me aproximar do setor que está à
disposição do usuário e pronto a atender as solicitações. Porém, está distante
porque não pode ficar visível. Por questões de conservação, tanto do objeto
encontrado, quanto da identidade do seu dono, existe um cuidado especial
de catalogação, embalagem e armazenamento de cada
ítem, tornando-os elementos arquivados, guardados, estocados, quase inacessíveis. A
experiência de entrar em contato direto com estes objetos foi percebê-los
adormecidos, à espera de serem resgatados. Essa observação desencadeou o
pensamento dos diversos motivos pelos quais se encontram naquela
situação. Além da construção de
histórias imaginárias que pude desenvolver, foi interessante pensar na
angustia provocada pela perda de tais pertences.
Perdidos Achados iniciou no dia 10/04/2013 e fica em cartaz até 30/06/2013. As fotos a seguir mostram o processo que contou com cinco intervenções até a ocupação completa do espaço.
Visite!
estação Trianon/MASP, vitrine do MASP, saída Al. Casa Branca.de segunda a sexta das 6 às 20:30,
sábados e domingos das 10 às 17:00.
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